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quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Harebaba misturebaba

OM
Hari Hara OM


Krishnapriyananda Swami 
Caro (a)

Pranamas

Espero encontrá-lo(a) bem.

Também, espero que suas perguntas sejam sinceras. Digo-lhe, por outro lado, que o que falarei aqui poderá chocá-lo e mudar o rumo de suas alucinações. Minha missão é dizer a Verdade, se isso lhe molestar, de fato ainda não está maduro para Ela. Qualquer um pode chegar as conclusões atraves do estudo e pesquisa. Abandone as crenças; deixe de lado religiões. Livre-se delas para poder conhecer Deus, Ele não tem religião nenhuma.

Quando leio o corpo da sua mensagem percebo que há algumas confusões e misturas que deverão ser purificadas, na luz do conhecimento histórico e filosófico. Suas colocações, também, contém um elevado número de afirmações sem Pramana (nenhuma evidência com fundamento de Veracidade, sequer Verdade); não tem Nyaya. Com certeza, a principal diferença entre seguir o Sanatana Dharma e Mishras (Misturas) diversas – como budismos e outros ismos e seitas tipo “harebaba” - está em seguir de forma irrestrita as injunções dos Vedas e as ordens do Guru fidedigno (não de uma appasampradaya), que é tal qual a personificação da Verdade no mundo material.

O Sanatana Dharma é oposto, diametralmente contrário, inteiramente distinto em fundamento ontológico ao Budismo. De fato, o budismo é uma heresia védica. O Sanatana Dharma não se mistura com "budistas" porque são contra os Vedas. Para a visão filosófica, Buda era um tolo sentado sobre luxo e riqueza; mesmo a fome que dizia ter passado foi artificial. Uma coisa é ser miserável e pobre, outra é querer passar por um. Mera pantomima não torna alguém no que representa. Experimente colocar um jaleco de piloto e sair pilotando uma avião sem treinamento! Mas melhor ainda, não somos ateus; temos no Ser a finalidade ou télos da existência e consciência; para o Sanatana Dharma tão somente o Brahman Supremo ou o Absoluto é origem meio e fim de tudo. Não cremos que a matéria seja eterna, e que o sofrimento seja a única causa da existência; logo, Deus é a realidade única; Ele a tudo criou apenas para o Seu prazer ou Lila transcendental. Qualquer que seja a implicação de alguma coisa dos budistas (das muitos milhares de seitas especulativas que existem deles – verdadeiros “viajantes na maionese”, esta será imperfeita e díspar do Dharma Védico. Logo, apesar de respeitamos a visão dos niilistas e ateus, como uma legítima expressão da ignorância deles, não concordamos em absoluto com ela.  De que adianta ficar meditando no vazio? O vazio é vazio!

Meditação prolongada no vazio...
(ver mais em Mumia budista)
 
Sobre a questão de "magia ocidental", a mente é fértil e inteiramente responsável pelo Samsara. Nada, absolutamente nada, coisa alguma, será considerada autorizada se não tiver a orientação da Graça do Guru, Sua misericórdia, e for tão somente um pedido Seu para que seja levado adiante. Sem base nos Sastras é baboseira. De outra forma, será apenas outra forma de gozo dos sentidos; ilusão ou Maya de achar que se pode ser o causador ou fazedor de qualquer coisa no mundo fenomênico. O Supremo é a única causa de tudo. Renunciar a idéia de "eu sou o fazedor" é a primeira dos Kriyas ou purificações que alguém pode fazer para progredir espiritualmente. Quero ver qualquer um, e eu desafio a todos, a dobrar o meu dedo agora, neste instante, contra minha vontade! Ora! Nada poderá mudar Prarabdha a não ser a misericórdia do Supremo, Sua Graça.... eu desafio qualquer um a mudar qualquer coisa no meu Karma sem que seja eu mesmo. Todo o esforço será inútil. Tão somente poderemos modificar nossos próprios karmas por nós mesmos e pela misericórdia do Guru.

Sobre "peregrinação", sim, ela está autorizada para aquele que cumpriu o Varna e Ashrama (segundo as Leis de Manu, e os preceitos do Sanatana Dharma). Isso quer dizer que alguém deverá ter seguido todos os Ashrama anteriores como: Brahmacharya, Grihasta, Vanaprastha, e depois Sannyasa. Essa é a lei do Sanatana Dharma, e isso deve ser seguido tão somente com a misericórdia e rendição incondicional ao Guru Deva. Não há outro modo, não há outro modo, não há outro modo. O indivíduo deverá render-se ao Guru e viver tão somente para prestar Seva para Ele, conforme Ele designar, de acordo com a aptidão de cada um. Isso é seguir o Dharma. Observe a afirmação seguinte: "Não há espaço para liberalismos no Sanatana Dharma!” Isso é definitivo. Entenda "liberalismos" como qualquer tipo de coisa como "eu acho isso" "eu acho aquilo", "quero ser livre", etc. Eu penso e diferente de eu acho. Então, seguir e fazer conforme um emaranhado de misturas ou Mishras idiossincráticas e solipsistas sem nexo, sem Prameya, muito menos Pramana é devaneio Nenhuma peregrinação será superior àquela que é feita dentro de si mesmo.

Perseu corta a cabeça de Medusa.
O fato de dizer que "Buddha  renunciou ao mundo", não é real. Ele, apesar de viver fora dos seus palácios, nunca nada lhe faltou; o que ele fez foi de fato “viver a vida do povo”, em meio ao povo, mas sem ter faltado nada para ele. Sempre teve tudo. Ele não teve dificuldades, a não ser a de largar a sua forma de ver o mundo a partir de uma posição confortável que sempre desfrutou. Um patricinho da época. A influência do Jainismo na filosofia do Buda é notável; antes le seguia o Sivaismo, adorava Mahadeva impessoal. Aqueles primeiros são niilistas, ateus e materialistas. Quando o tal Buda estava no planeta, os Sivaistas eram uma forma de niilistas dualistas, devido às inflluências daqueles. Siva era visto como uma “força”, ou “forma de energia”. Afinal, Siva havia sido o nome da Pérsia - Περσίς - até a queda do império, oportunizada por Alexandre Magno.  Sim, a Pérsia era chama Siva; os Ocidentais chamaram-se de Pérsia (será devido ao Perseu - Περσεύς - aquele que decapitou Medusa? ver nota). Poucos sabem disso, mas também não sabem por que o budismo foi abraçado pelos povos de origem asiática, uma vez que o budismo foi expulso da India por Sri Sankara, depois de uma desastrosa campanha materialista feita por aqueles, e que promoveu uma grande devastação cultural por invasões e outras explorações permitidas pelos seguidores do Buda. Esta campanha de descaracterização do Sanatana Dharma – promovida pelos vendedores da seda e outras especiarias que encantam até hoje os Ocidentais – que permitiu a eles construir grandes templos, durou cerca de 1.000 anos, mas o Dharma ensinado por Sri Krishna não foi derrotado, e será a maior forma de expressão religiosa nos próximos milênios, derrubando de forma definitiva o materialismo niilista deixado pelos budistas, e aniquilando a forma deprimente com que as religiões ocidentais exploram os ignorantes, utilizando-se de um “deus de vinganças” e favorecedor de meros benefícios econômicos.

Hari hara om tat sat

NOTA: Περσίς (em grego) - Persis provém do persa Pars ou Parsa – o nome do clã principal de Ciro e que também deu o nome da região onde habitavam os persas; O Latim emprestou o termo do grego, transformando-o em Persia, forma adotada pelas diversas línguas europeias.

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