A Unidade que Sustenta
Todas as Religiões
“The Unity that Underlie all Religions”
Sri Swami Sivananda
Tradução e comentários de
Swami Krishnapriyananda
“Todas as religiões são únicas. Elas ensinam a vida divina. Eu respeito os santos e profetas de todas as religiões. Eu respeito todas as religiões, todos os cultos, todas as fés e todas as criaturas. Eu sirvo a todos, amo a todos, me associo com todas e vejo o Senhor em todas”
Sri Swami Sivananda
No presente momento, todas as religiões contêm uma mistura da verdade, a qual é divina, e erros, os quais são humanos. O fundamental ou essencial de todas as religiões é o mesmo. Há diferenças apenas no não-essencial. As aparentes diferenças nas religiões são devido a uma má concepção ou má construção da verdade esquecida, há muito tempo, dos Vedas,[1] no qual elas foram, no final das contas, fundadas. Todos os sistemas de religião são igualmente divinos e verdadeiros. Os pontos em conflito devem-se às más concepções e más construções da verdade, por causa do preconceito, inveja cega, falta de pureza do coração, fineza, e pureza do intelecto, e à condição distorcida do intelecto das pessoas.
A grande maioria das religiões tem as suas origens nos tempos pré-históricos. Por conseguinte, não há um documento genuíno ou tradição confiável a respeito delas.
Todos os profetas são mensageiros de Deus. Eles são, na realidade, grandes Yogins,[2] ou almas realizadas, que tiveram divina e intuitiva percepção de Deus. Suas palavras são infalíveis e sagradas. O Corão ou o Zend-Avesta, ou a Bíblia, são livros sagrados como o Bhagavad-Gita.[3] Todos eles contêm a essência da sabedoria divina. šhuramaza, Ishvara, Allah, Jeovah, são diferentes nomes para um único Deus.
A Verdade não é exclusiva dos Hindus, nem dos Muçulmanos, nem dos Budistas, nem dos Cristãos! A verdade está unicamente na substância eterna e homogênea de Deus. Os seguidores da religião da verdade caminham no caminho da luz, Paz,[4] Sabedoria poder divino e bem-aventurança.
As pessoas esqueceram-se de tudo sobre suas religiões, por conta da ignorância, ou luxúria pelo poder e pelo orgulho. Elas se tornaram irreligiosas, ou sem religião. Assim elas se tornaram caídas no nível de um bruto. Deste modo, elas perderam todo o senso da moralidade. Elas se destruíram; elas criaram prejuízos a si próprias. Com isso elas saqueiam as casas dos outros, apunhalam-se uns aos outros. Então, é a lei das selvas que prevalece.
Muitos pregam o Budismo, mas eles não abandonam os desejos e o Himsa (o oposto de Ahimmsa[5]). Muitas pessoas pregam o Cristianismo, mas não praticam o amor e o perdão. Muitas pessoas pregam o Islamismo, mas não reconhecem a irmandade dos homens. Muitos pregam o Hinduísmo, mas não realizam que a divindade está em tudo e em todos. A pregação se tornou um meio de vida para muitas pessoas, enquanto que a prática tornou-se um objeto de desdém. Por conseguinte, o mundo tornou-se mau, não se quer a verdade, grande parte por causa das religiões; mas, ai de nos, o mundo está perverso pela falta de verdadeiros seguidores dos ideais religiosos verdadeiros.
O que é necessário é uma educação própria para os seguidores de todas as religiões. Colocar os princípios práticos doutrinários de suas próprias religiões diante dos seus seguidores, e planejar os meios e modos de capacitá-los a expressar aqueles princípios da doutrina na suas vidas diárias. Sem a prática, o idealismo cria um fatalismo no homem. A menos que o conhecimento modifique algo em suas vidas, ele será um insucesso. O serviço abnegado, sem egoísmo, e o amor, não são credos para serem apenas ensinados, mas ideais que devem ser exemplificados, demonstrados e irradiados. Nós devemos ser o exemplo para os outros. Portanto, deixe cada um praticar a sua própria religião e aspirações para alcançar a meta, ou seja, Deus. Permita-se a religião criar santos e Yogis, tanto em Mandirs (templos Hindus), como em Masjids (mesquitas), Igrejas e Sinagogas.
Om hari hara om Tat Sat
[1] Livros de Filosofia milenares
[2] Yogins, pessoas que atingiram o status de liberação através da ciência do Yoga.
[3] Estudo sobre o Bhagavad-Gita, de Swami Sivananda.
[4] No sentido de diálogo interreligioso.
[5] ahimsa= não-violência; doutrina filosófica védica, adotada, por exemplo, por Maahatma Gandhi, para libertar a Índia da opressão inglesa.
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