Pesquisar este blog

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Dom Pedro II – O Magnânimo

Dom Pedro II – O Magnânimo

O Imperador "republicano" do Brasil

Swami Krsnapriyananda Saraswati



D. Pedro II, um homem das Letras.

 Presto minhas humildes reverências ao Magnânimo D. Pedro II, homem que com seu conhecimento, sabedoria e humildade, concedeu abrigo definitivo no Brasil aos meus imigrantes avós maternos e paternos, os quais abdicaram até mesmo da realeza sucessória que possuíam em seus países de origem, para, sob sua benção, reiniciar uma vida na América, crendo esperançosamente no futuro brilhante desta nação. Seu coração era profundamente sensível às causas dos outros, independentemente de religião e cultura. Aqui presto uma singela homenagem, a este grande filósofo e Bhakta, profundamente rendido à condição de servo da sabedoria, e um enviado divino a este longínquo recanto, até então esquecido no mundo.

Swami Krsnapriyananda Saraswati

Breve biografia
Pedro de Alcântara João Carlos Leopoldo Salvador Bibiano Francisco Xavier de Paula Leocádio Miguel Gabriel Rafael Gonzaga, nasceu no Rio de Janeiro, no dia 2 de Dezembro de 1825. D. Pedro II foi o sétimo filho de Dom Pedro I e da arquiduquesa Dona Leopoldina de Áustria. Sucedeu ao seu pai, que abdicara em seu favor para retomar a coroa de Portugal, à qual renunciara em nome da filha mais velha, D. Maria da Glória. Pelo lado paterno, era sobrinho de Miguel I de Portugal, enquanto, pelo lado materno, sobrinho de Napoleão Bonaparte e primo dos imperadores Napoleão II da França, Francisco José I da Áustria e Maximiliano I do México. Sendo o irmão mais novo de D. Maria da Glória, também fora tio de D. Pedro V e D. Luís I, reis de Portugal.

Dom Pedro II foi provavelmente o maior defensor do abolicionismo escravo do Brasil. Sua visão de igualdade de povos, religiões e crenças era notável para a época. Isso atraiu meu avô materno, homem Maçon voltado às causas de liberdade de expressão e pensamento. D. Pedro II era um intelectual, filósofo e letrado; passava praticamente todo o tempo de sua vida estudando. Os temas e os estudos não se fixavam tão somente num autor, numa visão política, ou cultural, mas numa ampla gama de temas incluindo várias línguas, as quais falava fluentemente. Sem dúvida, o Sânscrito talvez tenha sido considerado a língua mais exótica, porém fora motivo de profundos estudos, principalmente protagonizados pelo prof. Karl Henning, quem era judeu e versado na língua e nas Escrituras sagradas da Índia.

Dom Pedro II foi um homem de grande e elevada cultura, possuindo um saber inigualável. Seu coração era magnânimo, tendo sido preparado desde tenra idade para ser o imperador do Brasil. Ele teve tutores como José Bonifácio de Andrade e Silva, bem como o Marques de Itanhaém, os quais se dedicaram a instruir Sua Majestade, o Jovem Príncipe brasileiro, a uma educação humanista, inter-religiosa e multi cultural. Dom Pedro estudou a fundo a própria língua pátria, o Português, bem como Literatura, Frances, Ingles, Alemão, Sânscrito, Hebraico, Árabe, Tupi-guarani, além das Ciências Naturais, Geografia, música, dança, pintura, esgrima, equitação, etc. Mesmo antes de completar seis anos de idade, D. Pedro já sabia fluentemente o inglês, aprendendo Francês e Gramática. Era incentivando a estudar literatura de forma intensa, tendo conhecido obras nos originais, como a Bíblia, o Riga Veda, e o Bhagavad-gita. A dedicação aos estudos que D. Pedro II fazia era intensa, iniciando-se as 7 da manhã, e indo até as 22 horas, todos os dias. Igualmente é notável a sua dedicação aos estudos da arte de governar.

D. Pedro II aos 24 anos.
Aos 15 anos ele foi declarado de maior idade, passando a governar o Brasil. O período em que se dedicou de corpo e alma a reger o país houve imenso crescimento cultural, e econômico. Sempre incentivou a libertação de todos os oprimidos, mesmo que a sociedade na época fosse contrária, por exemplo, à libertação dos escravos. Certa feira ele escrevera, “A emancipação dos escravos, consequência necessária da abolição do tráfico [negreiro], não é senão uma questão de forma e de oportunidade. Quando as circunstâncias penosas [referia-se à Guerra do Paraguai] em que se encontra o país o permitirem, o Governo Brasileiro considerará objeto de primeira importância a realização daquilo que o espírito do Cristinianismo há muito reclama do mundo civilizado”.

Grandes feitos
Mesmo na atualidade, D. Pedro II é uma pessoa admirada em todo o cenário nacional. Ele sempre defendeu a integridade da Nação, bem como foi um constante incentivador da Educação e Cultura; abolição da escravatura, e pela diplomacia, tendo em vista a consideração com as personalidades internacionais. Lamartine o chamava de “Príncipe Filósofo”. Louis Pasteur referia-se a D. Pedro II como “Homem da s Ciências”, sendo D. Pedro II admirado por pessoas como Charles Darwin, Richard Wagner, Henry Wadswoth Longfellow e o filósofo alemão, Friedrich Nietzsche. Toda a administração de D. Pedro II foi um período de estabilidade social, desenvolvimento econômico e cultural, utilizando-se do patriotismo como forma hegemônica na defesa da integridade nacional. Apesar de demonstrar um desgosto pelas atividades políticas, ela mantinha uma aura de simpatia e confiança entre todos os brasileiros. 

Sua ênfase na educação era notável. Ele dizia: “Não conheço missão maior e mais nobre que a de dirigir as inteligências jovens e preparar os homens do futuro”. Quão maravilhosa era a visão de D. Pedro II.

Comemoração
No dia 2 de dezembro comemora-se 185 anos do aparecimento de D. Pedro II, e no dia 5, 119 anos do seu desaparecimento. Poucos no Brasil conhecem ou sabem reconhecer o que nos legou o Magnânimo. Para encerrar esta curta e insuficiência missiva, ao amado Imperador Absoluto do Brasil, a seguir transcrevo uma carta do prof. Lourenço Wizz Lacombe, escrita no sesquicentenário da Sagração e Morte de D. Pedro II.

SESQUICENTENÁRIO DA SAGRAÇÃO E CENTENÁRIO DA MORTE DE D. PEDRO II

prof. Lourenço Wizz Lacombe
 
D. Pedro II aos 61 anos.
D. Pedro II nasceu no Palácio de São Cristóvão (Quinta da Boa Vista), Rio de Janeiro-RJ, a 2 de dezembro de 1825 e faleceu em Paris, a 5 de dezembro de 1891. Filho de D. Pedro I e sua mulher, a Imperatriz Leopoldina, recebeu na pia batismal o nome de Pedro de Alcântara João Carlos Salvador Bebiano Xavier de Paula Leocádio Miguel Gabriel Gonzaga.

Foi aclamado a 7 de abril de 1831, no dia da abdicação de seu pai, tendo como tutor José Bonifácio de Andrada e Silva. Proclamado maior a 23 de julho de 1840, foi coroado a 18 de julho do ano seguinte. O reinado de D. Pedro II teve início, portanto no dia da proclamação de sua maioridade e terminou com a sua deposição a 15 dé novembro de 1889, com o advento do regime republicano.
Em 1833, José Bonifácio foi destituído da tutoria, sendo designado pela Assembléia-Geral do Império para substituí-lo Manoel Inácio de Andrade Souto Maior, Marquês de Itanhaém.

Teve como mestres os nomes mais conspícuos de professores de sua época, que o instruíram e, principalmente, o formaram, sob a orientação do preceptor, o carmelita Frei Pedro de Santa Mariana mais tarde bispo de Crisópolis, que ensinou-lhe a doutrina católica, latim e matemática.

Casou-se em 1842, com a Princesa Teresa Cristina Maria, filha de Francisco I, rei das Duas Sicílias, e de sua mulher Maria Isabel de Bourbon. Desse casamento nasceram quatro filhos: Afonso (1845-1847), Isabel, chamada a Redentora (1846 -1921), Leopoldina (1847 - 1871 ) e Pedro (1848 - 1850) . A morte dos dois varões foi um rude golpe para o Imperador.

Pedro II deu ao Brasil 49 anos de paz interna, prosperidade e progresso. Durante o seu reinado foi aberta a primeira estrada de rodagem, a União e Indústria; correu a primeira locomotiva a vapor; foi instalado o cabo submarino; inaugurado o telefone e instituído o selo postal.

O imperador magnânimo e mecenas, ao cabo de proveitoso reinado, recebe a República como um movimento natural da evolução brasileira, deixando a pátria estremecida, formulando "ardentes votos por sua grandeza e prosperidade".

Morto no exílio, em Paris, aos 66 anos, deu-lhe a Franca funerais régios, fazendo depositar o corpo no Panteão dos Bragança, no Convento de São Vicente de Fora, em Lisboa.

Por fim, revogada a Lei do Banimento, foram seus restos mortais transladados para o Brasil onde repousam em Petrópolis, na Catedral cuja construção teve início sob seu generoso patrocínio.

Om hari hara om tat Sat






Nenhum comentário:

Postar um comentário

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.