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quinta-feira, 16 de junho de 2011

Morte


Morte
Segundo o Sanatana Dharma (Hinduísmo)
Com referências no Bhagavad-gita, a obra Sidhanta (resumo perfeito) de todas as Escrituras Védicas.


Swami Krishnapriyananda Saraswati
Olavo DeSimon
Gita Asrama
2011


Yamaraja o Senhor da Morte


A visão de “morte” para um Hindu é muito diferente daquela dos Ocidentais, e de praticantes de religiões como o Judaísmo, Islamismo e Cristianismo, e talvez até mesmo do Jainismo e subseguidores destes como Budismo, etc. De acordo com a filosofia do Sanatana Dharma, apenas o corpo físico é quem morre (na realidade, se degrada devido ao processo natural da natureza material ou Prakriti, de forma constante e cíclica). o Atma, quem verdadeiramente somos, é indestrutível.

De acordo com o pensamento Védico, o Espírito ou alma – Atma – é eterno e indestrutível. A filosofia védica defende que "somos almas espirituais que ocupamos um corpo", e não um corpo que contém uma alma. Eis que no Bhagavad-gita Sri Krishna diz para Arjuna, “O Ser ou alma nunca pode ser cortado em pedaços, por qualquer instrumento, nem tampouco queimado pelo fogo, umedecido pela água ou seco pelo vento” (Bgita, 2.23). Isso porque Sri Krishna já havia dito: “Do mesmo modo como trocamos vestimentas gastas e velhas por roupas novas, uma pessoa apega-se e aceita corporificar-se num corpo novo e diferente, dispensando os corpos velhos e gastos” (Bgita. 2.22).

O Atma é invisível, mas “A morte para quem nasce é um fato certo; outro fato para os mortos é o nascimento. Portanto, do que é inevitável tu não deves lamentar” (Bgita 2.24).

A visão da "reencarnação" da alma - samsara - num outro corpo, é o ponto chave e central no Sanatana Dharma. Então, conforme os Sastras, é possível ocupar-se quaisquer um dos oito milhões e quatrocentos mil corpos de seres vivos no planeta, e mesmo em outros planetas. Exatamente aquilo que a pessoa desejar na hora da morte ela alcançará, isso porque: “Obtém-se tal qual seja o corpo, ó filho de Kunti, como àquele lembrado com determinada convicção na hora de abandonar o atual”. (Bgita, 8.6)

A morte do corpo não amedronta a um devoto do Sanatana Dharma, porque ele sabe e desenvolve a convicção que somente será possível se livrar do ciclo de nascimentos e mortes – Samsara – quando liberar-se dos desejos materiais, e pensar tão somente no Supremo. Para que alguém não nasça mais neste mundo, estando sujeito à nascimento, doença, velhice e morte, deverá almejar o Mundo Espiritual, e isso é conseguido conforme nos orienta Sri Krishna: “Portanto, sempre e em qualquer tempo, lembra-te de Mim e aja, rendendo tua mente e intelecto a Mim; assim irás conseguir vencer; sem dúvida, e, seguramente, alcançar-Me”. (Bgita. 8.7).

Hari Om Tat Sat