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quinta-feira, 19 de maio de 2011

Devi - o aspecto divino feminino

 Devi - o aspecto divino feminino


Swami Krsnapriyananda Saraswati
Gita Asrama 
2005-2011
Ambika Devi ou Durga

AVISO: Acione o Mantra no final deste texto, então poderá lê-lo com profundo entendimento!

Devi
Neste mundo cada individuo possui sua mãe. Mas a Verdade ou Devi é a mãe de toda a humanidade. Aqueles que seguem a sua mãe jamais irão defrontar-se com dificuldades em sua vida. A nossa mãe que nos traz ao mundo está condicionada ao espaço e tempo, e irá abandonar o corpo algum dia, mas a Verdade não é limitada nem pelo tempo nem pelo espaço, permanecendo sempre em todos os três períodos de tempo (criação, conservação e destruição). Ela é a mestra de todos os três mundos. Então, todos devem seguir a nobre Mãe. O termo Devi, refere-se a esta nobre Mãe.

Devi é o nome da Mãe Divina. A Deusa Devi é, também, chamada de Sathva Srarupini, expressão que significa que Ela é a incorporação da Verdade. Por isso, adorar a Verdade significa adorar a Deusa Devi. Se você entender e seguir esta Verdade, você será bem sucedido em todos os campos; isso, também, proclamam os Vedas. Devi é referida com vários nomes, tais como Durga, Laksmi, Saraswati, etc. Ela é descrita como a incorporação de Sakti, a energia universal. A Sakti Suprema se manifesta pessoalmente naquelas formas. Durga nos concede energia, física, mental e espiritual. Laksmi nos concede riqueza de muitos tipos, não apenas dinheiro, mas riqueza intelectual, riqueza de caráter e outras virtudes elevadas. Mesmo a saúde é um tipo de riqueza. Laksmi nos fornece riqueza. Saraswati nos concede inteligência, capacidade intelectual, poder de raciocínio, e de discernimento (Viveka). Nossa mãe é uma combinação de todas estas coisas divinas. A Mãe Divina nos dá energia, riqueza, e inteligência. Ela está constantemente desejando nosso avanço na vida. Portanto, a Mãe Divina ou Devi representa as três deusas que nós adoramos.

A palavra
O termo “devi” também simboliza as três Gunas ou qualidades da natureza, a saber, Satwa, Rajas e Tamas. Devi na forma Rajásica anula as forças do mal, e protege as qualidades Sattivas (bondade). Quando as forças da injustiça, imoralidade, e da inverdade crescem em grandes proporções, e o egoísmo é o egocentrismo são dominantes; quando todos perdem o sentido de bondade e compaixão, então o princípio Atmico, assumindo a forma de Sakti, pegando as qualidades Rajásicas, vem destruir os elementos maus. Este é o significado da forma de Devi como Durga. Para pacificar a Deusa terrificante, Suas filhas oferecem Kumkum vermelho (pó vermelho de cúrcuma, um tipo de pepino). A Deusa vendo os Seus pés adornados com o pó vermelho sangue, assegura-Se de que o mal foi vencido, e então Ela assume a Sua forma agradável. O significado interno de adoração a Devi com cúrcuma vermelha é o apaziguamento da Deusa. O significado de Durga, Lakshmi, e Saraswati, deve ser corretamente entendido. As três representam os três tipos de potencias num homem. Ichchaa Sakti, ou força de vontade; Kriya Sakti, o poder de ação resoluta, e Jñana Sakti, o poder de discernimento.

Saraswati manifesta-se no homem como o poder da fala, Vaak. Durga, está presente na forma de dinamismo. Laksmi, manifesta-se na forma de poder de vontade. O corpo indica Kriya Sakti. A mente é o repositório de Ichchaa Sakti. O Atma é o Jñana Sakti. Kriya Sakti vem para o corpo, o qual é material. O poder que ativa o corpo é Ichchaa Sakti. O poder que induz as vibrações do Ichchaa Sakti é Jñana Sakti, o qual é irradiação de energia.

Triguna Gayatri
Laksmi, Durga, Saraswati
Estas três potências são representadas pelo Mantra Om Bhur Bhuvah Suvaah. Bhur, representa Bhuloka, a Terra. Bhuvah, representa a força da vida; a consciência no homem. Suvaah representa a o poder de irradiação. Todos estes três aspectos estao presentes no homem. Deste modo, Durga, Laksmi, e Saraswati residem no coração humano.

Os homens tendem a exibir as qualidades Rajasicas, como ira, e ódio e paixão. Estes são os aspectos ameaçadores de Durga. Os sons e a poesia divina, com agradáveis vibrações, indica o poder de Saraswati. As qualidades puras despertam num homem cuja a compaixão, amor, auto-domínio, e simpatia, provenientes de Laksmi.

Quando adoramos Durga, Laskmi, e Saraswati, externamente em pinturas, imagens, etc., Elas nos dão a forma física das potências sutis que estão dentro d´Elas. De modo desafortunado, os homens hoje em dia não reconhecem os poderes que estão dentro deles, e não desenvolvem o respeito pelas formas. Os relacionamentos entre o material e o sutil precisam ser entendidos. O remédio para a vida do homem está dentro dele mesmo. Mas o homem procura remédios em outros lugares. Tudo o que precisamos é apenas direcionamento para a visão interior, e então experimentar o Divino que está dentro. O segredo está em converter o Ichchaa Sakti por desejo por Deus; converter o Kriya Sakti para dentro de uma força direcionada para ações divinas, e converter o Jñana Sakti dentro do Ser divino.

hari om tat sat 

Devi Mantra Puja

quarta-feira, 18 de maio de 2011

O Lila de Virochana, Indra e Prajapati

O Lila de Virochana, Indra e Prajapati
(como entender o Ser)
Chandogya Upanisad

Swami Krsnapriyananda Saraswati
Gita Ashrama
2011



Indra o Deva ariano por sobre o seu veículo


A mitologia da Índia é rica em histórias-exemplo, para auxiliar o buscador da Verdade Suprema na realização do que realmente somos. É dito que Prahlada Maharaj, devoto de Narayana, filho de um rei demônio conhecido como Hirayakasipu, teve um filho, também Asura, chamado Virochana. 

O Lila ou passatempo que contaremos a seguir conta como certa feita Virochana, um Asura e o poderoso Indra, um Deva, controlar dos céus, aproximaram-se de um Sadhu, progenitor do mundo, conhecido pelo epíteto de Prajápati. Ambos haviam escutado sobre a importância do Brahman através do Mahavakya (grande dito), "Aham Brahma Asmi", "Eu sou Brahman". Mas como quase sempre acontece, na maioria dos casos, as pessoas entendem de forma equivocada o real significado das palavras empregadas no Vakya, para então instruí-las sobre Brahma-Vidya, ou conhecimento sobre Brahman; por isso, valerá a pena recordar a história de Virochana (conforme está no Chandogya Upanisad):

Certa feita, o Senhor Īṇdra e Virochana, aproximaram-se de Prajāpati para aprenderem sobre Ātma-Vidya (conhecimento sobre o Ser). Eles anteriormente passaram por uma rigorosa disciplina do discipulado, por um período de trinta e dois anos. Desde então, Prajāpati havia dito para eles: Olhem para vocês mesmos num copo com água, e então, seja qual for de vocês que não entender sobre o seu Ser, venham e me perguntem”. No que eles responderam: “Nós vemos a nos mesmos como somos”. 

 


Então, Prajāpati pediu-lhes que eles se vestissem com as melhores roupas, e olhassem novamente para o copo. Eles assim fizeram, e narraram para Prajāpati que eles tinham contemplado a eles mesmos. Ouvindo isso, Prajāpati disse: Isso quer dizer o Ser, o Ser imortal”.

 


Então ambos retornaram para as suas respectivas moradas, plenamente satisfeitos sobre o Vidya que haviam recebido. Prajāpati disse para si mesmo: “Ambos foram-se sem terem percebido e sem terem conhecido a Verdade ou o Ser, e quem quer que entre os dois, sendo Devas ou os Asūras, que seguirem esta doutrina irão perecer”.


Virochana com o coração satisfeito pregou entre os seus seguidores: “O ser, o corpo, é o que deve ser adorado”, e assim por diante. Mas Īṇdra, antes de retornar ao mundo dos Devas, experimentou uma certa dificuldade em convencer-se da doutrina de que o corpo era o Ser. Então ele voltou para Prajāpati, e após um segundo período de trinta e dois anos, seguindo as regras discipulares de disciplina, aprendeu que o Ser sonhando era o verdadeiro Ser. Estando insatisfeito, apesar disso, ele soube que o Ser dormindo profundamente era o Ser. Finalmente, depois de uma austeridade de cento e um anos, ele aprendeu que o real Ser está acima de todas as implicações individuais.


A história acima não é contada sem propósito. Muitos aspirantes no caminho espiritual não têm paciência para considerar o profundo significado das palavras empregadas para instruí-los. Como William Cobbett coloca, As palavras são armas de duplo sentido; quando apropriadamente entendidas, elas irão ajudar alguém de todas as maneiras possíveis. Quando incorretamente entendidas, elas irão prejudicar o progresso de alguém”. Assim, então, ocorre com as palavras do Vakya: Tat, Tvam e Asi. Seus verdadeiros significados podem ser entendidos apenas após uma longa, detalhada e cuidadosa consideração.


om tat sat
Glossário
Atma = o Ser
Brahman = Absoluto; Ser universal (não confundir com Brahmá, o criador material)
Prajapati= progetinor
Sadhu= sábio.
Vidya= conhecimento
_______
Veja esta história contada de forma diferente

terça-feira, 17 de maio de 2011

Os Seis Homens Cegos

Parábola do imaginário milenar da Índia

Adaptação de

Swami Krsnapriyananda Saraswati


 

Certo dia, seis homens cegos
Tiveram uma experiência importante,
E muito interessante
Sabendo que passava por perto,
foram conhecer um Elefante!

Os seis homens cegos,
Que eram voltados ao aprendizado
segundo suas próprias “visões”,
Querendo conhecer um elefante,
Chegaram perto do animal,
Para satisfazer a suas curiosidades, e opiniões!.

O primeiro aproximou-se do elefante,
Mas caiu no chão, Ergueu-se
apalpando-o com a mão o flanco duro,
E, então, gritou alto:“Que Deus me abençõe,
O elefante é como um muro”!

O segundo apalpou-lhe as presas,
E disse, “O que temos nós aqui?
Isso é roliço, liso e afiado? Para mim não tem lambança,
Este maravilhoso elefante é tal qual uma lança”!

O terceiro aproximou-se, e tocou na sua tromba,
Então, ele disse alto e contente:
“Eu ‘vejo’ que o elefante
É como uma serpente”!

O quarto tateou-o avidamente com suas mãos,
Tocando-lhe uma das patas,
Dizendo: “Que grande maravilha é este animal assim,
Ele é firme e cilíndrico, como o tronco da árvore Neem”!

O quinto tocou-o numa orelha,
Dizendo: “Mesmo um homem cego,
Pode, de fato, dizer sem ser moleque,
Que este maravilhoso elefante é tal qual um leque”!

O sexto, logo em seguida,
Tocou na cauda do animal.
Então, sentindo ela balançar, disse: “Ora, ora, acorda!
O elefante é como uma corda!”

E, então, os seis homens cegos
Ficaram discutindo muito tempo,
“Muro! Lança! Serpente!
Árvore! Leque! Corda!”
um tormento!
Cada um com a sua opinião, como era dada,
Cada qual tinha parcialmente a verdade,
E todos a tinham errada!