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sexta-feira, 22 de abril de 2011

Você está se tornando um ‘hindu’


Você está se tornando um ‘hindu’

Krsnapriyananda Swami

“A Verdade é una, mas os sábios falam dela por diferentes nomes” Rig Veda
 
Recentemente conversando com minha sobrinha por chat de computador - alguém  que fazia tempo não via -, e  numa pequena conversa pelo Messenger  sobre Ética e Moral, deparei-me com um fato interessante, a grande maioria dos conceitos que ela mantinha, tendo em vista sustentar seus argumentos, eram advindos do Sanatana Dharma, e de modo algum estavam conceituados dentro do tradicional pensamento judaico-cristão, de uma sociedade tradicionalmente classificada como ‘cristã’, (justifica-se a expressão judaico-cristã, porque o cristianismo é uma religião de fundo judeu; seu fundador é judeu, e a terra que os cristãos tem como santa é judia, etc.). Mas sei que ela não segue o ethos ‘hindu’. Até um certo ponto tudo bem, mas o fato é que minha posição pessoal e de estudos do Sanatana Dharma, e envolvimento com minha jovem sobrinha na conversa no chat, sobre estes conceitos, levantou-me a questão: até que ponto somos mais ou menos cristãos no mundo de hoje? Tendo tantas influências na mídia, como no caso dos televangelhismos (sem dúvida uma praga cultural enervante nos canais abertos de T.V., etc.), será que alguém consegue escapar da lavagem cerebral do ‘bombardeio’ cristão? Sim, não desprezo a inteligência de minha sobrinha, sem dúvida é uma estudiosa. Mas se havia visto minha sobrinha antes, fora uma ou duas vezes quando ainda ela era um bebê;  depois o tempo se encarregou de separar 24 ou 25 anos quaisquer contatos com ela. Pensei, ‘minha influência deve ser notável’, mas de fato isso foi apenas uma elucubração do meu pobre egoísmo ingênuo. Então fui atrás de outros jovens não ‘hindus’; ouvi deles coisas bem semelhantes. Palavras como ‘karma’, e ‘reencarnação’, ‘cremação’, por exemplo, encheram as frases ditas por eles. Então pensei, “pode ser então que estamos diante do fenômeno ‘internet’ e as informações em massa que em tempos de era Google se tornaram jargões; não está sendo refletido”. Mas o fato de levar adiante uma pesquisa sobre a decadência do pensamento moral judaico-cristão e o crescimento do pensamento ‘hindu’ ficou martelando na minha cabeça, contudo, tornou-se irrelevante. Isso ficou perdido entre tantos projetos que se iniciam e ficam esperando ser terminados. Surpresa! Hoje recebi um texto via e-mail da IGS International; Sri Ramananda Prasad gentilmente me enviou o texto a seguir, escrito por Lise Miller, uma correspondente da Newsweek Internacional. Faz tempão que fora publicado, mas veio como uma luva para responder minhas dúvidas. Afinal, nem eu nem minha sobrinha estamos alijados do mundo da era Google, mas o assunto é mais interessante do que pensava. Vejamos então, o que nos diz Lise Miller.

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Nós somos todos ‘hindus’ agora
Por
Lisa Miller 

Newsweek
Publicado em 15 de Agosto de 2009 (edição datada do dia 31/08/2009)



A América não é mais uma nação cristã. Fomos, de fato, fundados por cristãos, e conforme o senso de 2008, 76% de nós continuam a identificar-se como cristão (apesar de ser a mais baixa porcentagem na história da América). Certamente, também não somos uma nação ‘hindu’ -  ou muçulmana, judia, ou Wicca. Mais de um milhão de ‘hindus’ vivem nos Estados Unidos, uma pequena fração entre os mais de um bilhão existentes na Terra. Mas uma recente apuração mostra-nos que conceitualmente, de algum modo, estamos nos tornando lentamente mais como ‘hindus’ e menos como cristãos tradicionais, nos modos de pensar em Deus, em nós mesmos, uns nos outros, e na eternidade.


O Rig Veda, a mais antiga escritura ‘hindu’, diz o seguinte: “A Verdade é una, mas os sábios falam dela por diferentes nomes”. Um ‘hindu’ crê que á muitos caminhos para Deus. Jesus é um deles; o Corão outro, e a prática de Yoga, um terceiro. Nenhum é melhor do que outro; todos são iguais. Mas o mais tradicional, é o fato de que cristãos conservadores jamais ensinaram coisas como esta. Eles aprenderam na escola dominical de que a religião deles é a verdade, e que as outras são falsas. Jesus havia dito “Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém chega ao pai exceto através de mim”.

Os americanos não engolem mais isso. Conforme o senso Pew Forum de 2008, 65% de nós crê que “muitas religiões podem conduzir à vida eterna”, incluindo os 37% dos evangélicos, provavelmente o grupo que mais crê na salvação como sendo somente deles. Também, o número de pessoas que veem a verdade espiritual fora da igreja está crescendo. Trinta por cento (30%) dos americanos chamam-se a si próprios de “espirituais e não religiosos”, conforme a apuração da Newsweek em 2009, quando eram 24% em 2005. Sthephen Prothero, professor de religião na Universidade de Boston, enquadrou a propensão americana como “a divina religião deli-cafeteria” (provável analogia com ‘delicatessen’), como “muito mais no espírito do ‘hinduísmo’. Você não pega e escolhe de diferentes religiões, porque elas são as mesmas”, ele diz. “Isso não é respeito a ortodoxia. Isso é cerca qualquer ação. se você faz Yoga, grande! – e se você vai a missa católica, grande!. E se você vai na missa católica, faz Yoga, dá uma fugida no Budismo, isso é grande! também!”

Então vem a questão do que acontece com você quando você morre. Os cristãos, tradicionalmente, creem que seus corpos e almas são sagrados, e que juntos eles englobam o “ser”, que no final dos tempos eles serão reunidos na ressurreição. Você precisa de ambos. Em outras palavras, você necessita do seu corpo eternamente. Mas os ‘hindus’ não creem em coisas assim. Na morte, o corpo é queimado numa pira, enquanto que o espirito – o que realmente somos – escapa. Na reencarnação, central no ‘hinduísmo’, a pessoa retorna sempre à Terra em diferentes corpos. Então, aqui neste aspecto há outro modo no qual os americanos estão se tornando mais ‘hindus’. Vinte e quatro por centro (24%) dos americanos dizem crer em reencarnação, de acordo com o senso Harris Poll de 2008. Como fazem os agnósticos, nós estamos cada vez mais optando pela cremação do corpo, assim como fazem os ‘hindus’. Mais de um terço de os americanos agora escolhem a cremação, conforme a Associação de Cremação Norte-americana e, 2009, onde antes era de apenas 6% em 1975. 


Diana Eck, professora de religião comparativa de Harvard, diz, “Eu penso que o papel espiritual da ressureição tende desacenturar cada vez mais da sua interpretação literal”
Permita-nos todos então dizermos, ‘OM’.


Veja mais artigos (inglês)



Texto original na Página da Newsweek de Lisa Miller

- Lisa MIller é autora do livro "Heaven, our enduring fascination with the afterlive!

Um comentário:

  1. Excelente texto, gostei muito, parabéns e espero ver mais postagens sobre essa religião tão ampla e sábia que é o Sanatana Dharma.

    Paz e Luz.

    OM

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