Pega-ladrão
Real
Krishnapriyananda Swami
prof. Olavo DeSimon
SOCIEDADE INTERNACIONAL GITA DO BRASIL
SANATANA DHARMA BRASIL
GITA
ASHRAMA
Porto Alegre, RS -
Brasil
1997-2006
Conta a lenda, que numa pequena antiga cidade da Índia, chamada Saraswati, as
pessoas se reuniram, num dia muito quente, para falar sobre um estranho, que havia
chegado à cidade. Ele caminhava com muitas dificuldades, devido aos pés feridos
devido a caminhada longa que fizera. Ele era um Brahmana, ou seja, um homem que
devota a sua vida para pregar, e que tinha prometido dar tudo para agradar a
Deus, no qual ele acreditava, e não possuía nenhum conforto, tampouco riqueza e
boa alimentação.
O Brahmana não carregava nada com ele, a não ser um
pedaço de pau para apoio, e uma tigela, na qual ele recebia doações, daqueles
que acreditavam assim ajudá-lo, e tinham a esperança de receber uma graça de
Deus. Ele andava nu, exceto por uma peça de roupa sobre os quadris. Tinha um
longo cabelo entrelaçado. Ele fazia a sua caminhada muito lentamente, e dolorosamente
em meio a multidão; alcançou um canto escuro, e ali ele sentou-se exaurido, segurando
a sua tigela para receber a ajuda das pessoas. Em breve, a sua tigela
encher-se-ia de doações das pessoas, com todos os tipos de coisas, mas ele
deixou bem claro que não aceitaria nada para comer a não ser arroz descascado,
e nada para beber além de água pura. No entanto, ele estava querendo dinheiro,
então as pessoas trouxeram para ele uma boa quantidade de peças de preta e
ouro. Quem não possuía dinheiro para dar de esmolas para ele, doaram jóias e
outras coisas que poderiam ser vendidas por dinheiro.
Chegou o tempo em que o Brahmana ficou muito conhecido
em Saraswati. Sua
fama, sem dúvida, se espalhou para além da cidade, e as pessoas vinham até a
ele para consultar todos os tipos de coisas, e receber conselhos de um bom
homem sábio. Todos desejavam pagar de alguma forma pelos conselhos do sábio, e
muitos o ajudam de forma abundante, de tal modo que ele ficou muito rico. Ele
poderia fazer muitas boas coisas com todo o dinheiro para ajudar as pessoas pobres
e sofredoras, mas infelizmente ele jamais pensou em fazer isso. Em vez disso,
ele pegava o dinheiro para seu desfrute. Na noite, depois que todos que tinham
vindo vê-lo e tinham ido dormir, e vendo que não havia ninguém, ele costumava
entrar na floresta, onde havia uma árvore com um profundo buraco próximo à raiz,
que ele costumava cobrir com lama, e onde ele punha todo o seu dinheiro e
jóias.
Na Índia, todos costumam ir à sesta, num sono do meio
dia, devido ao grande calor, e por isso é difícil manter-se bem nas tarefas nesta
hora. Então, apesar de ser plena luz do dia, as ruas ficam desertas, exceto
para os cães que ficam rondando, procurando alguma coisa para comer. Então
agora o Brahmana adorava seu dinheiro e suas coisas muito, e frequentemente
costumava não fazer a sesta, indo para a floresta desfrutar de olhar para suas
coisas. Ele costumava ir até o buraco na árvore, se curvava, pegava as moedas e
deixava escorrer entre os dedos; olhava o brilho das jóias, contemplando a
refulgência. Ele ficava muito feliz quando estava sozinho admirando a sua riqueza,
de tal modo que costumava chorar quando tinha que voltar para seu canto escuro.
De fato, ele era um egoísta miserável, em vez de um homem santo, que as pessoas
de Saraswati pensavam que era. Na hora da sesta, ele sempre voltava ao local
debaixo da árvore, segurando sua tigela e bengala, numa aparência de pobre, e
ninguém tinha a mínima idéia da verdade.
Por muitos meses o Brahmana levou esta vida dupla; até
que um dia, quando ia para o seu local secreto, ele viu que alguém esteve lá antes
dele. Ansiosamente ele se curvou, temendo que acontecesse o que aconteceu. Todo
o seu cuidado de esconder o buraco tinha se ido; estava completamente vazio.
Ele não pode acreditar no que seus olhos viam. Ele os esfregava, pensando que
alguma coisa tinha acontecido com eles. Então ele apalpou aqui e ali o buraco,
tendo a esperança de que havia um engano. Quando por fim se viu obrigado em aceitar
a terrível verdade, uma vez que não havia nenhum sinal de dinheiro ou jóias,
ele ficou muito mal com a sua miséria. Ele começou a correr de árvore em
árvore, olhando por entre suas raízes, e quando viu que não havia nada, ele
retornou para o buraco que guardava as coisas, olhando mais uma vez. Então ele
verteu lágrimas arrancando seus cabelos, sapateando; implorou ruidosamente para
todos os deuses que acreditava, fazendo todos os tipos de promessa, as quais
cumpriria apenas se eles trouxessem de volta o seu tesouro. Não obteve nenhuma
resposta, então teve a curiosidade de saber quem havia feito tal coisa
terrível. Deveria ser alguém de Saraswati; ele lembrou-se que que muitos haviam
olhado sua tigela cobiçando-a, ao verem o dinheiro e as pedras preciosas. “Que
terrível; como as pessoas são malvadas”, ele disse para si mesmo. “Eu os odeio.
Deveria bater neles pelo que me fizeram”. E enquanto pensava, ficava cada vez
mais irado, até se cansar, rendendo-se para sua fúria.
Depois de ter perambulado na floresta por um longo
tempo, o Brahmana retornou para a sua casa em Saraswati, onde as pessoas lhe tinham
concedido, estando contentes e orgulhosos por terem tal homem sagrado, como
eles pensavam que era, vivendo sob o seus tetos. Ele tinha certeza que eles não
tinham nada a ver com a perda do seu tesouro, porque tinham dado a ele muits
provas das suas bondades e honestidade. Então ele derramou suas mágoas para
eles, e fizeram tudo o que puderam para confortá-lo, e que em breve teria
muitas jóias e dinheiro. Todavia, eles mostraram para ele o que pensavam sobre
o fato, e que aquilo fora um meio de mostrar que a riqueza não deveria ser escondida,
mas usada para ajudar os pobres e sofredores. Isso aumentou a sua ira. Por fim,
ele perdeu o autocontrole, e gritou: “Não há mais nenhum valor para eu viver
nem mais um minuto. Eu irei para a margem de um rio sagrado, em peregrinação, e
ali jejuarei até a morte”.
As notícias das perdas do Brahmana se espalharam por
toda a Saraswati rapidamente; e assim como ocorre frequentemente, cada um
contava a história de um modo ligeiramente diferente, de modo que ficou muito
difícil saber o que realmente havia acontecido. Houve uma grande aflição na
cidade, porque as pessoas pensaram que o Brahmana queria ir embora, mas eles
não queriam que isso ocorre. Eles tinham o orgulho de ter um homem santo, como pensavam,
e que estava vivendo entre eles, e ficaram envergonhados em ver que havia sido
roubado quando estava entre eles. Quando ouviram de que o Brahmana planejava
jejuar até a morte, ficaram terrivelmente chocados, e se determinaram a fazer
tudo o que pudessem para evitar isso. Um após outro, os pais de família de
Saraswati vieram para vê-lo, implorando para não se apressar, garantindo que o
seu tesouro seria reencontrado. Também disseram que fariam de tudo para
trazê-lo de volta para ele. Alguns entre eles pensaram que tinha sido muito
errado fazer tal confusão sobre isso, e assim o culparam pela sua miséria. Disseram
que seria uma tolice muito grande, e que não deveria pensar em morrer, e um
velho sábio, especialmente; então deram longos discursos para ele sobre o mal
de retirar a vida, a qual tinha sido dada a ele por Deus, tendo em vista
prepará-lo para um outro mundo. “Ponha esta idéia de jejuar até morte de lado
em sua cabeça”, eles diziam, “... enquanto iremos procurar o seu tesouro que
perdeu. Da próxima vez que tiver dinheiro e jóias, tenha num lugar bem seguro,
em vez de ficar acumulando”.
Apesar de tudo que disseram para ele, o Brahmana
estava determinado a morrer. Ele foi ao local de peregrinação que havia
escolhido, não dizendo para ninguém aonde iria, seguindo firmemente. Num
primeiro momento, alguns o seguiram, mas aos poucos foram deixando e ele ficou
sozinho. Mas não pode deixar de ver um homem se aproximando dele, na direção em
que estava indo. Era muito alto, elegante, aparência digna, uma pessoa que
ninguém deixaria de admirar, ainda que fosse uma pessoa comum. Mas ele era o
rei de toda aquela região, e cujo nome era Prasnajit; e a uma pequena distância
atrás dele havia certo número de atendentes, esperando para obedecer as suas ordens.
Todos, inclusive os Brahmanas, gostavam do rei, porque ele sempre tentava
ajudar a todos. ele tinha ouvido sobre a perda do dinheiro daquele Brahmana, e
tinha ficado abalado com o fato de ter ocorrido nas suas terras. Ele também
escutara que o Brahmana pretendia matar-se, e isso o tinha tocado mais do que
tudo, porque isso seria uma coisa muito ruim.
O rei colocou-se exatamente no caminho do Brahmana, de
tal modo que não seria possível passar sem falar e vê-lo. O infeliz homem ficou
parado, olhando para baixo, e com um olhar muito miserável. Sem esperar um
momento, o rei Prashnaji disse para o Brahmana, “não se aborreça mais. Eu irei
encontrar o tesouro para o senhor, e o trarei de volta; ou se eu falar nisso
então pagarei o valor que quiser do meu próprio bolso; não posso pensar
matando-se. Agora me diga, cuidadosamente, aonde escondeu o ouro e as jóias, e
o local exato, para ter certeza dele?”
O Brahmana ficou alegre em escutar isso do rei, uma
vez que todos conheciam que o rei cumpria a sua palavra, e que, mesmo no caso
do tesouro não ser encontrado, ele teria todo o dinheiro de volta dado pelo
rei. Então ele disse exatamente onde ele havia depositado, oferecendo-se de ir
até lá. O rei concordou com ele; o Brahmana foi imediatamente até o grande buraco
na árvore da floresta, e os seus servos o seguiram um pouco mais atrás.
Após o rei ter visto o buraco totalmente vazio, e
saber exatamente o local, e ver a estrada próxima para a cidade, ele retornou
para seu palácio. Antes, ele dissera para o Brahmana retornar para a sua casa
onde vivia, e esperar lá até que recebesse uma mensagem dele. Então o rei pediu
para um dos seus servos para que fosse até um rico mercante em Saraswati, para
que fizesse uma boa comida para o Brahmana, tendo em vista suprir o homem santo
com tudo o que ele necessitasse. Muito satisfeito, que apesar de tudo não
precisaria morrer, o Brahmana seguiu de bom grado, e nos próximos dias ele foi
cuidado pelo mercante, que o supriu com alimentos em abundância.
Tão logo Prasnajit retornou ao seu palácio, ele fingiu
que havia adoecido repentinamente. Simulou que a sua cabeça estava doendo muito,
e que não sabia qual o problema que tinha. Ele enviou uma ordem para toda a região
e arredores da cidade, dizendo que todos os médicos de cidade viessem ao
palácio para vê-lo. Então todos os médicos se apressaram em obedecer, cada um
deles tendo a esperança de que se curassem o rei seriam grandemente
recompensados. Havia tantos que a sala de recepção estava cheia, e se olhavam
furiosamente uns para os outros, de modo que os servos mantinham o cuidado para
que não brigassem. Cada um a seu tempo foi a sala privativa do rei, mas se desapontava
em saber que não poderia ajudar o rei, porque não sabia o que precisava. O rei,
em vez de perguntar sobre a sua própria doença, perguntava a cada um dos médicos
quem dos seus pacientes na cidade estava doente, e que remédio havia dado para
eles? Sem dúvida, a pergunta do rei era cuidadosamente respondida; mas o rei
não dizia nada mais, apenas acenando a sua mão, dando sinal de que a entrevista
havia terminado. Então os servos levavam o médico visitante fora. Por fim, se
aproximou o último dos médicos, que disse algo o qual fez o rei mantê-lo mais
longe do que os outros. Este médico era muito famoso por um remédio que havia
salvado a vida do rei muitas vezes. Ele disse ao rei que um mercante chamado
Matri-Datta estava muito doente, sofrendo muito, mas que tinha a esperança de
curá-lo dando a ele um suco de uma determinada planta chama Nagaballa.
Assim que o rei escutou o médico terminar de falar,
que havia ordenado Matri-Dattha tomar o suco da planta, ele gritou: “Não precisa
mais nenhum médico vir me ver!” E após ter se despedido do último médico, deu
ordem que queria que Matri-Datta viesse até o palácio. Doente e sofrendo como estava,
Mattri-Dattha não teve coragem de desobedecer as ordens do rei. Tão logo ele
apareceu, Prasnajit perguntou como estava, dizendo sentir muito o fato de ter
que deixar a sua casa, estando doente, ma so motivo pelo qual desejava vê-lo
era de grande importância. Então, ele acrescentou: “Quando seu médico lhe
ordenou para tomar o suco da planta Nagaballa, quem foi procurar isso para
você?” Mattri respondeu imediatamente, “Foi meu servo, ó rei; procurou na
floresta, e assim que a encontrou entregou-a a mim”.
“Então volte e envie seu servo para mim imediatamente”,
ele pediu; e assim o mercante saiu apressado, aflito pelo fato de o rei querer
ver seu servo, e que não caísse uma desgraça sobre ele. Assim que Mattri-Datta
disse para o seu servo de que deveria ir ao palácio do rei, ele ficou tremendo
muito, e implorando ao seu mestre para não ir. Isso fez com que Mattri-Datta
ficar certo de que ele havia feito alguma coisa errada, e que estava com medo
de ser descoberto. “Vá imediatamente”, ele disse, “... e qualquer coisa que
você fizer fale a verdade para o rei. O que será de você de ofender o rei”. E
de novo o servo implorou para Mattri não insistir, mas quando viu que não seria
bom, então pediu para que fosse junto com ele ao palácio, então defendê-lo
diante de Prasnajit. Então o mercante pensou que alguma coisa séria e errada
havia acontecido, consentindo em ir com o seu servo ao palácio; tendo certa
curiosidade e certo temor por si próprio. Quando os dois chegaram ao palácio,
os atendentes do rei conduziram o servo do mercante na presença do rei, mas não
levaram o mercante com eles.
Entraram nos aposentos do rei e o viram sentado em seu
trono, então o servo do mercante curvou-se diante do rei chorando e implorando:
“Misericórdia! Misericórdia!”. Ele tinha razão de estar temendo, e o rei disse
em voz alta para ele: “onde está o outro e as jóias que você pegou no buraco
nas raízes da árvore, quando você foi buscar a erva Nagaballa para seu mestre?”
O servo, que na realidade tinha pegado o dinheiro e as jóias, ficou tão
terrificado pelo fato de o rei ter descoberto a verdade, que não teve palavra
para dizer, ficando apenas deitado no chão, tremendo todo. Prasnajit também
ficou em silêncio, e os atendentes aguardavam as ordens detrás do trono, observando,
fascinados com o que estava acontecendo.
Quando o silêncio tinha durado cerca de 10 minutos, o
ladrão ergueu a sua cabeça do solo e olhou para o rei, que não disse uma palavra.
Alguma coisa em sua face fez o maldoso servo ter a esperança de que não seria
punido com a morte, apesar do grande erro que havia cometido. O rei olhou muito
severo para aquele servo do mercante, mas não se enfureceu contra ele. Então o
servo levantou-se, e ponto suas mãos juntas, dizendo, trêmulo, as seguintes
palavras: “Eu devolverei o tesouro; eu devolverei o tesouro”. “Vá, então”,
disse o rei, “... e traga-o até aqui”. Dizendo isso, havia uma expressão
magnífica nos seus olhos, que fez o ladrão envergonhar-se do que havia feito
mais do que se o rei mandasse puni-lo ou cortar a sua cabeça.
Tão logo o rei disse, “Vá imediatamente!”, o
servo apressou a sua caminhada, ansioso para devolver o que havia roubado;
então alcançou o local onde escondera. Ele colocara em outro buraco, dentro da
densa floresta; levando um longo tempo para levar para o palácio, uma vez que
era muito pesado. Ele tinha a esperança de que o rei iria enviar alguns
guardas, para que não fugisse, e então pudessem ajudar a carregar o ouro e as
jóias, mas ninguém o seguira. Foi um árduo trabalho ter que carregar tudo
aquilo, muito pesado. Por fim, já perto do início da noite, ele alcançou os
portões do palácio. Os soldados o deixaram passar sem uma palavra, e tão logo
alcançou a sala do rei, este o recebeu. Prasnajit estava sentado no seu trono,
e os atendentes estavam atrás dele, quando o ladrão cansado, com dificuldades
em ficar de pe, mais uma vez prostrou-se diante do rei. Uma expectativa de uns
três minutos fazia com que o coração do servo, que havia pego o tesouro do
Brahmana, batesse apressado. Parecia uma eternidade o tempo que aguardava o rei
falar. Então, finalmente, o rei disse: “Vá para casa agora, e não furte mais”.
Muito agradecido, o homem obedeceu; era difícil
acreditar que estava livre, e que pudesse ir, e que não havia sido punido de
uma forma terrível. Jamais, pelo resto de sua vida, ele pegou qualquer coisa
que não lhe pertencia, e nunca se esquecera de dizer para crianças e amigos que
o rei havia lhe perdoado.
O Brahmana, que havia passado o tempo, aguardando em
orações, que o tesouro fosse devolvido para ele, e de tal forma estava determinado
a jejuar até a morte caso não fosse encontrado, ficou alegre ao saber de que o
tesouro havia sido encontrado. Ele se apressou até o palácio, e foi diante do
rei, que disse para ele: “Aqui está o seu tesouro. Pegue-o e faça um uso melhor
dele do que antes. Se você o perder de novo, não tentarei recuperá-lo”.
O Brahmana, satisfeito por ter conseguido seu dinheiro
e jóias de volta, não gostou do fato de o rei ter dito para que fizesse um melhor
uso do tesouro. Além do mais, ele gostaria que o ladrão fosse punido, e começou
a falar sobre isso, em vez de prometer para o rei e seguir o conselho recebido.
O rei olhou fixo para o Brahmana, do mesmo modo como havia olhado o ladrão, e
disse: “O assunto está encerrado aqui, então nada mais tenho a fazer sobre
isso; vá em paz”.
O Brahmana, que estava acostumado a ser honrado por
todos, desde o rei em seu trono até o mendigo mais pobre na rua, ficou atônito
com o modo pelo qual o rei fez um sinal para seus atendentes levarem o saco com
as jóias, e o dinheiro, para a entrada do palácio, e o deixar ali; ninguém
ficou para ajudar o Brahmana.
Todos gostariam se saber o que aconteceu com aquele
Brahmana depois disso, mas ninguém sabe o porquê de não se ouvir nada mais
sobre ele depois deste acontecimento.
Nota:
Locais de
Peregrinação
Os locais de peregrinação na Índia estão geralmente
conectados com algum grande evento religioso ou religião. Nestes locais vão
aqueles que desejam ganhar algum favor especial de Deus, e fazem orações. A
palavra “peregrinação” significa “perambular”, mas com o passar do tempo ela
significa qualquer viagem de uma distância a outra. Na Índia, a cidade de
Benares (Varanasi) é um local muito famoso de peregrinação, porque está nas
margens do Rio Ganga (Ganges), rio que os Hindus amam e adoram como sagrado,
crendo firmemente que as suas águas lavam seus pecados. Centenas de milhares de
Hindus vao até Varanasi todos os anos para se banhar no Ganges, bem como se
sabe que muitos vão para lá para morrer, sendo que seus corpos são queimados
nas margens. Este é um costume dos Hindus, e as cinzas dos que são cremados são
jogadas nas correntezas do rio.
Hari Om Tat Sat