Sono bifásico, uma
forma de ser você mesmo, no seu próprio ritmo.
Olavo DeSimon
Krsnapriyananda Swami
Gita Ashrama
2018
Rasa-lila: Krishna dança com as Gopis durante a madrugada da lua cheia |
Para mim, isso
foi uma descoberta muito gratificante. Durante anos a fio, acordava cansado,
com a sensação de que não tinha dormido nada. Havia muitas explicações, umas de cunho
pseudo-científico, e outras de fundo higienista moral. No primeiro caso, por exemplo, alguns
explicam que o cansaço, bem como a insônia, deve-se a “apneia do sono”, no
segundo, por outro exemplo, por um “relaxamento seu”, pelo fato de deixar para trás tarefas
domésticas (como lavar a louça, por exemplo), entre outras explicações do tipo.
No mais, a questão do sono, bem como emagrecimento, vida saudável, dietas veganas, e outros
tantos modismos idiossincráticos e solipsistas da época em que vivemos (tudo com forte embasamento comercial por detrás), não passam de mera especulação, sem nenhum critério científico, sequer, antropológico. É bem fácil de sabermos o por quê: Nada da nossa individualidade singular é considerado. Quando estudei o Srimad-Bhagavatan, vi como eram os hábitos dos habitantes
daquela época, e isso me chamou a atenção. Contudo, passei, também, a observar
os animais de estimação, tanto os gatos como os cães. Do mesmo modo como somos
mamíferos, por que não deveríamos agir com relação ao sono como eles? Cães e
gatos adoram dormir, por uma ou duas horas, a partir do meio dia, e à noite,
ficam expertos, principalmente da meia-noite até por volta das 4 horas da
madrugada. Na Índia as pessoas seguem um ritmo diferente do nosso Ocidental. Inspirado
nos textos, e nas minhas próprias dificuldades e acertos, fui experimentar o
sono bifásico, e eis no que deu.
Iniciei adotando
um ritmo natural para mim, isso incluía: observar quando estava com fome, com
sede, com sono, e assim fui desenvolvendo empiricamente um novo hábito,
deixando o corpo agir conforme o ciclo circadiano natural e não conforme uma “regra
social”. Eu sofria muito com o tal “horário de verão”, que penso ser nada mais
do que o Estado controlando sua vida dormindo, uma vez que controlam seu
bem-estar, sua comida, o que você bebe, o quanto você deve pagar de impostos, e
com a desculpa de “economizar energia”, quando sabemos que isso é pura conversa
fiada, querem também se meter no seu lazer e estar-bem. Sou a favor de mais cidadão
e menos Estado, certamente teremos mais saúde, e felicidade.
Esse ritmo
natural, incluía (nada que eu não possa mudar conforme queira); tomar banho ao levantar; relaxar uns 15 minutos depois do
café da manhã (por volta das 6 horas); dormir uma ou duas horas depois do almoço
(no meu caso, por volta das 11h 30min); tomar um banho, e dormir logo após o pôr
do sol. Dormir umas quatro horas, despertar, comer, ler, acessar a internet, limpar
a casa (porém sem fazer barulho com aspirador, o barulho parece perturbar nosso
organismo neste horário, mais do que durante o dia), bem como, ver algum filme,
e assim por diante. Enfim, realizar qualquer tarefa que pode ser feita sem
perturbar com algum barulho exagerado. Claro que você deve evitar tocar flauta, guitarra, bateria e outras coisas do tipo durante a madrugada, afinal, melhor qualidade de vida significa respeitar o sono dos outros também. Depois de uma duas ou três horas, às
vezes quatro horas, voltar a deitar, e dormir mais umas três ou quatro horas,
ou até menos. Nos dias de inverno, costuma-se dormir mais, porém, temos que ir
ao banheiro mais seguido (porque o suor é menor). Nos dias de verão, não
precisamos dormir tanto, porque não precisamos ir tanto no banheiro, já que o
suor é maior. Depois de um certo tempo, que não foi maior do que três dias,
simplesmente o cansaço se foi. Já não tinha sono durante do dia. No tal horário
de verão (em que eu não sabia se tinha fome ou sono), passou a ser indiferente
para mim. Estudando, descobri que esse hábito é tão antigo quanto a humanidade,
e foi modificado após a era industrial, ou seja, mais uma imposição do Estado
no bem-estar dos cidadãos. Assim, em vez de ficar brigando com os idiotas do
governo, resolvi seguir o ritmo da minha própria vida, e tem sido feito de tal
maneira já fazem 10 anos. Portanto, desejo compartilhar com todos, essa
experiência, e que possam ter uma saúde melhor, e uma vida mais alegre (fato que
se tornou constante comigo). De um modo interessante, passei a dormir duas
vezes num dia: à noite, e na madrugada. Até então, não tinha bem claro quem era
uma ou outra.
Também observei
que trocar as roupas de cama uma vez por semana é melhor para me sentir bem.
Costumo colocar talco por sobre a capa do colchão, antes de colocar o lençol.
Faço o mesmo com os travesseiros, colocando talco antes de colocar a fronha. Caso
prefira, coloque o TalfonTop. Isso mantém tudo seco e perfumado, além de evitar
fungos e outros tipos de inconvenientes como pulgas, carrapatos, piolhos. Pode colocar
um pouco deste, e completar com o outro. Misture, espalhando, com suas mãos. Você
irá notar num agradável perfume no seu quarto, sem o tradicional cheiro de mofo
que fica no inverno, e livre de parasitas.
Vejamos um
interessante artigo, e muito pertinente, que encontrei pesquisando na internet.
Não sei o nome do autor, mas o link do artigo encontra-se no final deste post,
o qual trata do sono bifásico:
As Vantagens de Dormir Duas
Vezes Por Dia
Eu geralmente
tinha problemas para dormir no período em que trabalhava, mas desde que me
aposentei, descobri onde estava errando. Ao invés de tentar dormir oito horas
ininterruptas, eu agora vou para a cama no início da noite, durmo algumas
horas, então desperto e fico acordado por mais algumas horas. Depois disso, eu durmo
novamente e acordo muito bem logo ao amanhecer. Esse processo revitalizou a
minha vida, e se você acha que ele é estranho, saiba que há uma explicação
plausível da ciência que explica porque todos deveriam fazer isso. Eu recomendo
que você leia atentamente as informações abaixo.
Enquanto eu
trabalhava, estava sempre em situações de estresse que me impediam de descansar
adequadamente. Isso tornou-se um ciclo de autoperpetuação porque eu nunca
descansava o suficiente e, como consequência, não tinha alerta e energia para o
dia todo. Os relógios antigos costumavam contar as horas entre 6 horas da manhã
e 6 horas da tarde (e eram chamadas de a primeira e a última hora), portanto eu
faço a mesma coisa: vou para a cama quando o sol se põe e meus olhos já estão
pesados de sono – esse é o horário em que a minha noite começa.
Então eu durmo
cerca de quatro horas e acordo naturalmente. Raramente sei que horas são, então
para mim é como se fosse meia-noite, e descobri que essa ‘meia-noite’ não é
apenas a minha segunda hora de acordar, mas a de milhões de pessoas através da
história.
Rodon mostra relógio para índias. |
O historiador
A. Roger Ekirch, da Universidade Tech, nos Estados Unidos, documentou em um
livro que esse padrão (ir dormir na hora do pôr do sol, acordar à
‘meia-noite’ por algumas horas e depois dormir até o amanhecer) era uma norma
no período da Europa pré-industrial. À ‘meia-noite’, as pessoas faziam tarefas
domésticas, liam, costuravam, tricotavam e conversavam, dentre outras
atividades relacionadas à casa. Há também uma evidência de que esse padrão foi
adotado por índios nativos norte-americanos e outras tribos que não sabiam nada
do mundo moderno. Agora, tanto eu quanto outras pessoas estamos retornando aos
hábitos dos nossos ancestrais
Isso
provavelmente ocorreu entre os altos escalões da sociedade ocidental durante o
século 17 e fez com que as pessoas começassem a adotar esse tipo mais
moderno de dormir em uma grande parte do dia. No século 19, as pessoas
começaram a sofrer de insônia, pois o ‘sono dividido’, como eu faço e as
pessoas antigamente faziam, foi erradicado da sociedade para forçar as pessoas
a se adaptarem ao novo horário de trabalho.
Porém, para os
trabalhadores do futuro, em um mundo globalizado em que comunicar-se com as pessoas
atravessando fusos horários é essencial, os turnos divididos tornaram-se a
norma, o que pode ser um grande benefício à nossa saúde se aprendermos os
hábitos dos nossos ancestrais. Talvez no futuro esse padrão do horário de
dormir que nós, pessoas modernas, adotamos, seja mais um erro da história da
humanidade, e que então possamos voltar os tempos bons tempos antigos.
Um grande
avanço da ciência
O cientista
americano Thomas Wehr conduziu um fascinante experimento sobre o sono, no qual
sugere que o ser humano prefere dormir em períodos divididos, assim como eu
tenho feito. Ele convidou um grupo de pessoas ao seu laboratório, onde foram
expostas a 14 horas de escuridão, assim como nossos ancestrais passavam em
grande parte do ano.
Depois de um
mês nessas condições, os participantes começaram a adotar os hábitos de
antigamente. Quando estavam prontos para dormir, dormiam aproximadamente quatro
horas, e então despertavam e ficavam acordados entre uma a três horas, voltando
a dormir por mais quatro. Então, é bem provável que, dadas essas condições
naturais, o ser humano naturalmente tinha um sono que podemos chamar de
‘bifásico’, ou seja, dividido em duas fases.
De fato,
é difícil desfazer-se de hábitos. Como eu disse, só consegui adquirir esse novo
hábito depois da minha aposentadoria. Muitos de nós passamos o dia todo
trabalhando (das 9 às 17 horas) e hesitamos a fazer isso para não desregularmos
nosso sono, a não ser que façamos algo por nós mesmos. Mas, caso queira tentar
esse método, aqui vão algumas vantagens que você certamente vai gostar de
saber:
Vantagens do sono bifásico
Reduz o
cansaço: Ao invés de passar o dia todo cansado, dividir o seu sono vai manter
esse cansaço longe.
Melhora o
alerta: Alerta é o oposto de cansaço, portanto você vai aproveitar muito mais
as suas horas ao dividir suas horas de sono.
Melhora a
memória: Quando você está mais alerta, pode absorver e interpretar informações
com muito mais facilidade.
Melhora o
aprendizado: Você vai processar novas informações de forma mais apropriada e
fazer melhor uso delas.
Melhora o
humor: Não há nada pior em uma pessoa cansada do que o mau humor, um problema
que vai embora quando você se sente bem-disposto.
Tempo e energia
para fazer alguma atividade à meia-noite: Com a sua mente funcionando melhor e
como tempo livre à meia-noite, você pode ler, iniciar um bom hábito noturno,
passar um tempo relaxando com seu cônjuge e finalizar tarefas atrasadas. Você
vai usufruir dessas atividades e fazê-las com eficácia apenas ao dormir dessa
nova forma.
Faça uma
tentativa
Então, agora
que você já aprendeu sobre o sono bifásico, o que acha de fazer uma tentativa?
Pode levar algum tempo para se ajustar a isso, mas é preciso saber de algumas
informações e dicas que pode lhe ajudar:
Tente eliminar
qualquer luz artificial ao redor. Isso inclui televisão e aparelhos
eletrônicos. Pode ser difícil dormir nesse horário, mas depois de alguns dias,
você naturalmente vai se adaptar. Nesse de adaptação, você pode enfeitar o seu
quarto com plantas
que te ajudam a dormir e até mesmo dormir
do lado adequado!